Moretti esteve por cá. Eu também.
Nanni Moretti esteve ontem na sala 4 do Monumental, em Lisboa, a convite de Paulo Branco, para apresentar o seu mais recente filme, "O Caimão". O texto que se segue é um resumo do que se disse por lá e das minhas impressões. A crítica ao filme fica para mais tarde.
É tímido, nas palavras de Paulo Branco. Tinha razão: apesar de simpático, discursa para o tecto ou para o horizonte, talvez uma técnica herdada dos palcos. Não gosta de entrevistas, nem de viajar, mas não resistiu ao convite do produtor para uma visita a Portugal (desconfio que a próxima produção de Moretti vai receber uma injecção de capital português). Desconhece o que se passa na política nacional (é uma pena a entrevista de José Sócrates não ter sido transmitida na RAI). Mostrou-se agradado com a perspectiva de poder contemplar a sua obra à distância da "histeria" das eleições no seu país, apesar de se ter evaporado da sala pouco depois. Criticou a dissertação dos jornalistas e políticos italianos sobre a obra, sem a terem visto. Jurou a pés juntos que, apesar de ser importante levar ao cinema a História recente da política do seu país (um exemplo que poderiamos seguir), não faz filmes para formar opiniões. Que o seu filme não é "deprimente". E que, apesar de escrever sobre experiências pessoais, a sua visita a Portugal ainda não lhe forneceu ideias para projectos futuros.
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