Wednesday, September 19, 2007

Dois filmes Queer


Glue, de Alexis dos Santos, 2006

Lucas é um adolescente numa cidade perdida no meio do deserto. Naquele Verão, o rapaz de 16 anos anseia envolver-se com uma rapariga, mas não consegue deixar de pensar fisicamente em Nacho, o colega da banda punk rock da qual é vocalista. Os dois amigos conhecem Andrea, uma rapariga doce e introvertida que vive num lar minado pela violência verbal. Um dia, o pai de Lucas, que trai constantemente a mulher, vai jantar a casa contra a vontade do filho. Lucas decide então levar Nacho à casa vazia do progenitor e, inalada a cola, os desejos são consumados. Andrea, por seu turno, quer ser um rapaz. Têm mais piada, diz. Naquele Verão, também ela quer experimentar um beijo à francesa, que treina no vidro da banheira. Com Nacho e Lucas, os três vão descobrir-se.

O embrião deste filme, uma espécie de Gus Van Sant demaquilhado e empoeirado, cruzado com a ousadia de Larry Clark e um certo erotismo latente de Bernardo Bertolucci, era constituído por apenas 17 páginas de guião, com as coordenadas para os planos. Os diálogos são parcialmente improvisados. E, nesta estratégia que só os melhores conseguem levar avante, reproduz-se habilmente em celulóide pedaços de vida, vibrantes, por vezes silenciosos, outras vezes melancólicos. Há silêncio, sim - mas na vida também. Há sexo - assim como na vida. Há ira, revolta, frustração - assim como na vida. Mas não há artificialismos, antes uma naturalidade assombrosa, sabiamente entrecortada por dilemas de adolescentes. "Se os meus pais tivessem tido sexo cinco minutos depois, eu seria o mesmo?". Este é, na minha opinião, um dos grandes favoritos ao prémio principal do Queer Lisboa. 4 estrelitas


Boy Culture, de Q. Allan Brocka, 2006

Exe ("X") é prostituto e partilha casa com Andrew e Joey, dois homossexuais voláteis com contínuas relações e com os quais estabelece uma espécie de triângulo amoroso. Ao mesmo tempo, Exe presta os seus serviços a um homem mais velho, com o qual confidencia o seu amor por Andrew. Serão aqueles quatro homens, tão diferentes e tão semelhantes, capaz de encontrar algum conforto?

Amador. Assim é "Boy Culture" que, embora pontuado por alguns momentos divertidos (especialmente devido a uma "bicha" estereotipada, Joey) e de outros ternurentos, não consegue ser mais do que um episódio (fraco) de uma série tipo "Queer as a Folk". As interpretações são medianas e, apesar do que o título possa sugerir, não há sequer uma cena de nú. Esta pretensa comédia romântica gay, crua, recheada de clichés e tratada sem grande sentido cinematográfico, não merece mais do que... 1 estrelita

Tuesday, September 18, 2007

Nunca vi Oliveira!


Sem surpresa, a última sondagem "Movies: Confidential" reflecte a fraca adesão do público (em contraste com a da crítica) ao cinema de Manoel de Oliveira. 37 por cento dos leitores assumiram nunca ter visto na íntegra qualquer obra do "mestre". "A Caixa", "Quinto Império" e "Vou para Casa", entre outros, ocuparam os segundos lugares, com inexpressivos 13%.

O questionário que se segue, já disponível, é uma antevisão dos Óscares 2007. Os estúdios preparam lançamentos até final do ano, de forma a que os filmes possam ser considerados para a cerimónia a ter lugar em 2008. Como algumas das películas para votação ainda não estrearam em Portugal, aconselho uma pesquisa para verificarem se possuem material para a estatueta dourada. Em Março do ano que vem, recordarei se os resultados correspondem às escolhas da nem sempre imparcial Academia.

Um forte abraço,
Bracken

História do cinema gay


O documentário Fabulous!A História do Cinema Gay e Lésbico será apresentado no Queer Lisboa amanhã, quarta-feira, dia 19 de Setembro, na sala 2 do cinema S. Jorge, pelas 19 horas com a participação de Nuno Galopim e João Ferreira.
Este documentário persegue a emergência do cinema gay, desde os filmes avant-garde das décadas de 40 e 50, passando pelos que falavam da SIDA na década de 80, pelo “New Queer Cinema” da década de 90 e chegando até aos mais recentes realizadores de hoje em dia.
Fonte: Lusomundo

Jodie still rules!


"The Brave One" ("A Estranha em Mim", tradução portuguesa, mais uma para a lista das imbecis) está no primeiro lugar do box-office norte-americano, a provar que Jodie Foster ainda é um trunfo para os estúdios ávidos de receitas gordas. Neil Jordan, o brilhante realizador de "Jogo de Lágrimas" e "Breakfast in Pluto" dirige a actriz duplamente oscarizada.

Sabe tudo aqui

Google