Saturday, June 2, 2007

Batalhas estivais


A guerra dos "blockbusters" de Verão é cada vez mais agressiva. "Spider-Man 3" teve uma escala de estreias e ante-estreias nunca vistas, com o elenco a viajar de Tóquio a Paris no mesmo dia para marcar presença nos eventos e responder às questões idiotas dos jornalistas. Abriu num número gigante de salas de cinema nos EUA (deve ter acontecido o mesmo em Portugal) e quebrou recordes no fim-de-semana de estreia. "Piratas das Caraíbas: Nos Confins do Mundo" teve direito a maratonas non-stop, madrugada fora. A Disney, que não se contenta com segundos lugares, não divulgou os resultados no domingo seguinte à estreia, como manda a tradição e, quando o fez, adicionou uns "pózinhos" gerados por umas sessões extra. Mesmo assim, ficou a quase dez milhões do aracnídeo, embora no cômputo geral e com as receitas internacionais não envergonhasse ninguém.

As distribuidoras portuguesas seguem o caminho capitalista das casas-mãe norte-americanas. Depois de meia-dúzia de cinemas abertos 24horas para as aventuras de Jack Sparrow, "Shrek, o Terceiro" chega a Portugal com o relançamento dos DVDs dos anteriores filmes, a preço de saldo, e até serão vendidos nas salas Lusomundo. Quem comprar o bilhete, a partir de 12 de Junho, tem ainda um desconto de 1 euro sobre o preço do disco, adquirido "au moment". Será que quem for ver "Harry Potter e a Ordem da Fénix", com estreia marcada para este Verão, recebe um vale para trocar por uma tórrida sessão íntima com Emma Watson?

Thursday, May 31, 2007

Tomem lá


Um blogue sem sitemeter é como uma empresa sem estudos de mercado. Através deste serviço, vou sabendo que filmes ou conceitos buscam os internautas que encontram o Movies: Confidential. A pensar naqueles - e não têm sido poucos - que têm chegado até este cantinho através da pesquisa "Atrás das Nuvens", o filme de Jorge Queiroga (curiosamente, foi realizador de "Malucos do Riso"), que estreia hoje nos cinemas, aqui está o trailer. Com Nicolau Breyner, Ruben Leonardo e Sofia Grillo.


Wednesday, May 30, 2007

Perturbador 2

Ao início da madrugada, o "Discovery Channel" transmite "Histórias do Além", uma série documental sobre casos reais de casas assombradas. Um dos episódios, intitulado "A Haunting in Connecticut" segue o terror vivido por uma família com um filho doente oncológico que se muda para uma casa cuja cave, sem o saberem, tinha funcionado em tempos idos como morgue.

O rapaz começa então a ser atacado por uma entidade sobrenatural demoníaca que, aos poucos, vai atormentado todos os residentes do casarão. Este episódio, tenho de confessar, é particularmente assustador. E vai dar origem a um filme protagonizado por Virginia Madsen, já em produção que, se for bem feito, não andará muito longe da atmosfera de "O Exorcista". Entretanto, fiquem com uma parte do macabro documentário do Discovery.



Perturbador



É preciso ter nervos de aço para assistir ao documentário "A Ponte", de Eric Steel, sobre a maior atracção suicida (leram bem, não é turística) do Mundo: a mítica Golden Gate, em São Francisco, gémea da nossa 25 de Abril.

Em 2004, Steel e a sua equipa filmaram quase diariamente o símbolo norte-americano, em dois ângulos distintos, testemunhando a maioria das duas dezenas de mortes daquele ano e prevenindo umas quantas. E também captaram entrevistas com famílias e amigos, que recordam em detalhe os períodos de depressão, toxicodependência e doença mental das pessoas que se atiraram do tabuleiro da ponte. Estreia em Portugal a 14 de Junho.

Sunday, May 27, 2007

Piratas com guelra


Discordo das vozes que auspiciam, com "Piratas das Caraíbas", a ressurreição de um género de cinema há muito arrefecido: as aventuras de impiedosos corsários por sete mares, que se confrontam ao estrondo ensurdecedor do canhão. A trilogia de Gore Verbinsky não se enquadra naquele género: é demasiado bizarra. Por este motivo, talvez esteja mais próxima de "Peter Pan" do que das odisseias de Errol Flynn.

"Piratas das Caraíbas: Nos Confins do Mundo" é a prova de que nem sempre uma sequela tem de ser inferior ao original. Neste caso, à semelhança do que se faz consecutivamente em Hollywood, a pirotecnia enche ainda mais o olho. Mas, a acompanhar a técnica, também as personagens estão mais apuradas, o argumento mais criativo e, por isso, a diversão é a dobrar. Verbinsky sabe o que faz, Depp diverte-se, Bloom e Knightley amadureceram. Os veteranos, como Rush e Nighy estão, como sempre, no ponto. E o crescendo de personagens secundárias torna a acção mais suculenta e atrevida. Aqui, ao contrário de "Spider-Man 3", oferece-se aos actores espaço para respirar - e representar -, poupando-os do sofrimento claustrofóbico dos efeitos visuais. O argumento, escrito com piada, e fiel às regras do bom entretenimento, suscita interesse mesmo a quem não seguiu escrupulosamente os dois filmes anteriores.

Nesta segunda sequela, embora os acontecimentos paralelos dispersem o espectador - há uma altura em que não se percebe bem quem é quem -, as sequências de acção frenéticas quase fazem esquecer de que estamos perante um "blockbuster" de quase três horas. É certo que o final delicoce deixa muito a desejar - quando imaginamos uma trilogia queremo-la encerrada e não um "preview" para um filme seguinte -, mas o que vimos anteriormente compensa. Uma ressalva: aguardem pelo fim dos créditos. Pelo que se dá a entender, Keira e Orlando passam a cartas fora do baralho. 3 estrelitas

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