O Gato e a Branca
Com a morte do rei de "Bué, Bué Longe", Shrek vê-se obrigado a procurar o digno substituto para o reino encantado que, mesmo não sendo o sucessor directo do pai de Fiona, terá melhores capacidades que um desajeitado ogre para gerir tão vasto e arranjadinho território. Mas a demanda do pouco escrupuloso "Príncipe Charmoso" pelo trono vai reunir os vilões das fábulas e histórias infantis contra os delicados protagonistas que sempre tiveram direito ao "e viveram felizes para sempre".
Este "Shrek" é de facto, e como indica o título, apenas o terceiro. Não há grandes novidades, a história é simples, formulaica, e assiste-se a um retorno de situações anteriores e das habituais alusões a filmes como "Os Anjos de Charlie". É certo que o argumento não é inspirado e as personagens deliciosas, como a vaidosa Branca de Neve, não são suficientemente desenvolvidas, mas esta sequela cumpre o objectivo de entretenimento. Se algumas das piadas são secas e exaustas, outras conduzem mesmo à gargalhada, à semelhança dos filmes anteriores.
"Shrek, o Terceiro" peca pelo excesso de intervenientes e por cunhar a saga animada de "soap opera". Depois das birras dos primeiros encontros, temos o namoro, o casamento e os filhos e como diz o "Burro" na recta final, "cheira-me a Shrek Júnior". Depois disto, talvez um divórcio ou netos, mas a mim cheira-me mesmo que vêm aí os "spin offs": o "Gato das Botas", brilhante interpretação de Antonio Banderas, já está na forja. E, quanto a mim, a Branca de Neve também poderia regressar, adornada por aves canoras ou a surrar brutamontes. Sem borrar a maquilhagem, claro. 2 estrelitas