Friday, May 25, 2007

Que rico dia


30 de Maio é um grande dia para todos os cinéfilos de pantufas. Por cortesia da Lusomundo, é lançado em DVD "Babel", de Alejandro González Iñarritu, numa versão limitada e especial de coleccionador. O pack, promete a distribuidora, será um produto de luxo que inclui um vale de desconto no valor de €2 na compra de "Apocalypto", de Mel Gibson. Com uma estilizada caixa metálica de excelência, esta versão de dois discos vem acompanhada de um documentário exclusivo, de 87 minutos, sobre a criação do filme.

No mesmo dia, chega às lojas "A Ciência dos Sonhos", de Michael Gondry, uma edição limitada de 1 disco em embalagem Digipack, com uma estética altamente cuidada, som em 5.1 e recheada de extras: comentários áudio do realizador Michel Gondry, making of (39 min.), as criaturas dos sonhos (11 min.), nos meandros de um cérebro (19 min.), gatinhos de Hollywood (4 min.) e trailer.



Mas há mais: precisamente no mesmo 30 de Maio, é posto à venda "Paris Je T’aime", um conjunto de histórias de fabulosos cineastas, como os irmãos Coen a Walter Salles, passando por Wes Craven, Alexander Pyne ou Gus Van Sant, que vem num packaging extremamente cuidado em digipack e numa edição limitada de coleccionador (dois discos), com três horas de extras e som em 5.1.


Pensavam que era só isto? Enganaram-se! "A Home Prairie Companion: Bastidores da Rádio", a derradeira obra do malogrado Robert Altman, também sai nesse dia. E, com os dois discos, acondicionados numa embalagem digipack de luxo, com extras e som em Dolby Digital 5.1, vem ainda um 'booklet' no qual alguns críticos portugueses como João Lopes, José Vieira Mendes, Rui Brazuna ou Jorge Mourinha fazem um tributo à figura de Robert Altman e ao seu papel na história do cinema. A isto acrescem comentários áudio do realizador e do actor Kevin Kline, um documentário sobre a génese do filme: “visite os bastidores da rádio” (49 min.), a banda sonora “no palco do fitzgerald” (10 actuações completas) (21 min.) e 16 cenas cortadas (29 min).

Digam lá se não é um belo dia?

Thursday, May 24, 2007

Pré-depressão

Lars Von Trier entrou em depressão e nem consegue avançar com a história de terror que tinha em mãos. Enquanto o senhor Dogma segue a medicação, nós podemos divertir-nos com a sua comédia "Direktøren for det hele" ("The Boss of it All"), prestes a estrear nos EUA.


Para que não restem dúvidas


Encontrei, numa viagem internáutica, esta brilhante sinopse de "Mulholland Drive" que explica o filme e abre a luz para quem ainda não tinha alinhavado as pontas desta obra de David Lynch.

"Depois de receber uma herança deixada pela sua tia Ruth, Diane (Naomi Watts) viaja para Los Angeles para tentar alavancar a sua carreira de actriz. Certo dia, ela faz um teste para participar do filme 'A História de Sylvia North', mas é rejeitada pelo director da produção, Bob Rooker, que acaba por escolher a bela Camilla Rhodes (Laura Elena Harring) para o papel-título. Porém, Diane e Camilla acabam por tornar-se amigas e, eventualmente, amantes - sendo que esta última, agora uma actriz de sucesso, frequentemente arranja pequenas participações para a namorada nos seus filmes. Infelizmente, nem tudo corre bem para as duas: durante as filmagens de seu novo projecto, Camilla envolve-se com Adam Kesher (Justin Theroux), o director responsável pela empreitada (apesar de ser casado, ele divorcia-se da esposa, alegando que ela o traíra com o rapaz responsável pela limpeza da piscina, deixando-a sem direito a nada). Enciumada, Diane passa a brigar com Camilla - até que, certa noite, é convidada para uma festa na mansão de Kesher, sem saber que será obrigada a testemunhar o anúncio do casamento da sua namorada com o cineasta.

Sentindo-se humilhada, Diane decide contratar os serviços de um assassino profissional para executar Camilla, pagando 50 mil dólares pelo serviço. Depois de receber o dinheiro e pegar uma foto da sua vítima, o indivíduo diz que Diane encontrará uma chave azul no seu apartamento quando tudo estiver terminado – e, de facto, rapidamente recebe o aviso de que a sua ex-namorada está morta. No entanto, corroída pelo remorso, ela tem longos sonhos envolvendo Camilla e, mesmo quando acordada, não consegue parar de pensar no que fez. Torturada pelas lembranças e pela crueldade dos seus actos, Diane finalmente comete suicídio".
(Adaptado de: http://www.cinemaemcena.com.br. Podem ler a análise completa aqui)

Em acrescento, a minha visão metafórica do filme: a primeira parte, convencional, das louras ingénuas e dos vilões, repleta de referências a Hollywood, crítica em relação à prepotência dos estúdios, é o filme pseudo-certinho encomendado como série a Lynch. Alimentada pelo canal+ francês, a terceira parte é negra, esquizofrénica e representa a liberdade criativa, o desnorteio, a produção sem a intervenção opressiva de terceiros, o corte com todas as regras e protocolos cinematográficos. Uma interpretação que segue o percurso tortuoso deste filme.

Monday, May 21, 2007

Quase, quase...

Hollywood, estéril em boas ideias para "thrillers", quase recupera o jeito em "Ruptura" ("Fracture"). Mas este "pas de deux" entre Anthony Hopkins e o emergente Ryan Gosling é minado por um final que cheira a esturro.


Ao descobrir o caso entre a sua jovem mulher e um polícia, o milionário director de uma empresa de aeronáutica decide pôr termo ao casamento assassinando a esposa infiel. Apesar de uma confissão - mais tarde sem efeito por suposta coacção no momento da subscrição -, a arma do crime passional encontra-se em parte incerta. O caso é entregue a um ambicioso delegado do Ministério Público em fase de transição para um escritório de advogados, um momento de instabilidade que o dispersa do processo. Apesar de todas as evidências apontarem para o marido como autor do crime, as provas foram eliminadas por este. Para obter uma condenação do homem ardiloso, o jovem delegado terá de se concentrar para tentar encontrá-las. Nem que para isso tenha de comprometer um passo de gigante na carreira.

"Ruptura" tem duas mais-valia: está realizado com mão de ferro e consegue manter o espectador fixado no duelo entre Hopkins e Gosling. Contudo, apesar do desempenho justo de ambos os actores, nenhuma das personagens é capaz de conquistar a nossa simpatia: o primeiro por, em determinados momentos, parecer possuído pelo espírito de Hanibal Lecter, o segundo por nunca parecer suficientemente inteligente para encimar a sagacidade do primeiro. A dada altura, através do seu discurso banal e acções relaxadas, damos por nós a avaliar se aquele que é considerado um "brilhante e promissor" advogado não só é sobrevalorizado pelos seus pares, como é um autêntico banana.

O "facilitismo" da Justiça perante os argumentos do arguido e o à vontade e arrogância com que este se move naqueles meandros criam um cenário pouco realista. A relação amorosa do elemento do Ministério Público é pouco desenvolvida e acontece com um único objectivo: o de conhecer o pai da rapariga, juiz, que dá uma mãozinha ao herói na recta final. Os últimos momentos, o confronto, não só são explicadinhos até à exaustão, não vá o espectador ser asno, como os argumentos (que não vou revelar), que podem conduzir a uma condenação sem que o criminoso seja julgado pelo mesmo crime (o célebre "double jeopardy"), soam a pouco convincentes do ponto de vista jurídico. 2 estrelitas

Sunday, May 20, 2007

Virgem Maria, Cristo também está de volta!


Alguém conhece um filme de 2003 intitulado "UltraChrist!"? Não? Ainda bem, pela vossa santíssima sanidade mental. Ora vejam lá o trailer.

Virgem Maria, Rambo está mesmo de volta!


Depois de "Rocky Balboa", "John Rambo", que estreia daqui a um ano nos EUA, é mais uma tentativa de ressurreição de antigos êxitos de Stallone e de revitalização uma carreira actualmente agonizante. Por este trailer, dá para perceber que o homem necessita mesmo das hormonas rejuvenescedoras que as autoridades australianas lhe confiscaram à saída do país.


Sabe tudo aqui

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