Saturday, May 12, 2007

Os anéis da Madeira


Onde é que andava Peter Jackson com a cabeça quando decidiu filmar a trilogia "Senhor dos Anéis" nos pastos neozelandeses? A Madeira (na foto, vista do miradouro dos Balcões, ontem) não daria uma belíssimo cenário para os presuntos gigantes do Frodo?

Thursday, May 10, 2007

Friedkin's Bug


Quando atravessamos a era dos filmes de terror sem alma, a não ser a dos geeks que orientam os efeitos especiais, estreia em Portugal, a 26 de Julho, aquele que poderá ser o definitivo retorno de William Friedkin, o senhor por detrás do clássico "O Exorcista".

Embora as críticas não sejam consensuais, "Bug", com Ashley Judd, Michael Shannon e Harry Conick Jr., há quem atribua a este filme adjectivos como "vibrante" e "emocional". E, sendo uma adaptação de um espectáculo da Broadway, com alguns actores a repetirem os papéis do palco, vários críticos têm sublinhado a entrega do elenco ao produto, algo pouco usual num filme do género.

O thriller psicológico "Bug" segue a história de um veterano de guerra paranóico que vê insectos por todo o lado e que encontra uma divorciada solitária num quarto de hotel barato. O resto é para ver...

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Tuesday, May 8, 2007

Obsessão


Depois de "Shortbus", de John Cameron Mitchell, os senhores responsáveis pela classificação de filmes deveriam reflectir duas ou mais vezes antes de, tacitamente, empunharem um carimbo vermelho com a designação M/18 ou R, remetendo assim uma obra para as salas marginais por conterem cenas de natureza sexual ou violência.

Esta película controversa, que mereceu uma ovação de pé dos distintos e sábios júri e público de Cannes, estabelece uma linha ténue entre o que se apelida de "cinema de autor" daquilo que vulgarmente se concebe como pornografia. Nos primeiros dez minutos de "Shortbus", autores e actores dão oportunidade a quem assiste de decidir se preferem atender ao evoluir dramático daquela história ou, por repulsão, abandonar a sala e benzer-se como as beatas que passam em frente aos cartazes do Cinebolso. Quem opta pela primeira hipótese, será brindado como uma das mais corajosas formas de contar histórias e quem escolher a segunda não merece mais do que umas orelhas de asno e um canto de uma sala de aulas do Estado Novo.

"Shortbus" acompanha o percurso de meia dúzia de personagens: a conselheira de casais que não consegue atingir o orgasmo; o casal gay que busca um terceiro elemento; uma dominatrix incapaz de estabelecer um contacto íntimo com outro ser humano sem a força da chibatada. Todas estas personagens estão unidas por um elemento comum - a obsessão - e vão cruzar-se precisamente por estilos vidas aparentemente díspares que, na realidade, se aproximam mais do que se separam.

Mitchell, que aborda uma Nova Iorque em depressão pós-11 de Setembro, traumática e vulnerável, escreve e realiza um argumento cujas pontas, só aparentemente, são seguradas pela sexualidade. O sexo, como todos sabemos, é uma parte intrínseca à humanidade. Mas é também na vida íntima que se reflectem os desejos, as ansiedades, os receios do quotidiano. Dissociar a sexualidade do ser humano, nas suas imensas variantes, é como amputar as barbatanas a um peixe ou retirar as mandíbulas poderosas a um crocodilo. Destemidamente, alheio a toda a censura, Cameron Mitchell retrata personagens de uma profundidade incomum cujos maiores anseios de felicidade residem em experiências sexuais satisfatórias. Mas que, com o entendimento das suas obsessões, vão tendo noção de que é preciso refazer nacos de si e das suas relações antes de passarem para as etapas seguintes.

Masturbação, penetração e ejaculação - magistralmente compostos por pessoas feitas actores - nunca são gratuitos. E, depois de "Shortbus", é inconcebível imaginar como é que o cinema não retrata o sexo com esta naturalidade. O filme, no início constrangedor, liberta-nos de complexos à medida que acompanhamos o drama, passado e presente, das suas personagens. O desconforto é rapidamente substituído pela gargalhada ou mesmo pela comoção. E este nem sequer é um retrato à "Sexo e a Cidade": não há Malono Blanicks, nem os restaurantes da moda, nem os Cosmopolitan. Há uma Nova Iorque em maqueta, underground, soturna, à beira do abismo, mas as figuras são tão vincadamente reais e extravagantes que rapidamente nos entregamos como se as conhecessemos, sem juízos nem moralidades. É a vida tal como ela é, mesmo quando achamos que a luz se está a apagar. 4 estrelitas
P.S. - Vou de férias para a Madeira, mas continuo atento aos vossos comentários e visitas. E, sempre que possível, vou actualizar o Movies: Confidential. Abraços e beijos a todos, de Bracken.

Monday, May 7, 2007

"O Padrinho" de Hong Kong


Chama-se "Election", é de Johnnie To, vai estrear em Portugal (em breve), já tem uma sequela, e com a devida distância, faz-me lembrar os desígnios de Corleone.


Silly Season


A "silly season" está prestes a eclodir e, à boleia do fenómeno estival, os blockbusters norte-americanos preparam-se para invadir as salas à escala planetária. "Spiderman 3", que abriu as hostes, rendeu 148 milhões de euros este fim-de-semana (superou o original e a primeira sequela), só nos EUA - em Portugal, no mesmo período, teve 160 mil espectadores, em 98 cópias e foi a 9ª maior abertura de sempre no nosso País, 6% acima do segundo filme e 18 do primeiro. De acordo com a Columbia Pictures, o aracnídeo estabeleceu recordes em 29 países e angariou 382 milhões "worldwide", cobrindo assim os 260 milhões injectados na produção do filme, cuja fatia de leão foi canalizada para os efeitos especiais utilizados na criação do Sand-Man. Li que Sam Raimi analisou doze tipos de areias e acabou por optar pela da Califórnia. Não sei se a da Costa de Caparica constava no lote de hipóteses.

Em Portugal, vão seguir-se "Ocean's Thirteen", a 7 de Junho, e "Harry Potter e a Ordem da Fénix" (site em versão portuguesa) a 12 de Julho, um dia antes da estreia nos states. Aguardo com alguma expectativa "The Invasion", de Oliver Hirschbiegel, realizador de "A Queda", com Nicole Kidman e Daniel Craig, que estreia cá a 13 de Setembro. Reza esta versão da obra de culto "Body Snatchers"que uma misteriosa epidemia está a varrer o planeta, mas uma pisquiatra de Washington descobre que a estranha doença tem origens extra-terrestres. Quando o seu filho contrai a maleita, ela e um colega unem esforços para descobrir a cura e salvar o mundo de tão terrível destino (um bocado para o egoísta, digo eu... se não fosse a cria a ir à cama, estava-se marimbando!).


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